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Ofício original enviado por Manoel de Souza Martins (1767-1856), Barão da Parnaíba, para Luiz José de Carvalho e Mello (1764-1826), Visconde de Cachoeira, com data de 02 de maio de 1825, discorrendo sobre a sua posse na Câmara ao cargo de Presidente da Província do Piauí após o recebimento de uma Imperial Carta.

A Província do Piauí está situada na região meio-norte do Brasil, desempenhando um papel estratégico durante o período colonial português, especialmente durante a crise separatista. Sua importância reside tanto em seu considerável rebanho quanto em sua conexão com o Maranhão. No contexto da propagação das ideias de independência em todo o território brasileiro, em 1821, a corte portuguesa exigiu que a colônia prestasse juramento à Constituição portuguesa, mantendo uma pressão constante por meio de cartas régias, que visavam restabelecer sua condição colonial. Desde 1820, houve concentração de armamento e tropas no Maranhão, que foram rapidamente deslocadas para o Piauí. Nesse período, o novo governador das Armas, João José da Cunha Fidié, um veterano das guerras napoleônicas, assumiu o cargo em Oeiras. As Cortes Portuguesas, ao perceberem a inevitabilidade da independência da antiga colônia, decidiram manter sob seu controle pelo menos o norte do país. Para esse fim, a presença de tropas no Piauí foi considerada crucial para garantir a região vizinha do Maranhão como parte do território português. Isso efetivamente criou uma segunda colônia portuguesa no norte do Brasil, distanciando essas regiões das demais capitanias do norte, e, consequentemente, do Rio de Janeiro. O Piauí, que alternava sua subordinação entre o Maranhão e o Brasil, possuía alguns dos rebanhos mais ricos de todo o império colonial português na América. Sua localização geográfica facilitava o intercâmbio comercial tanto com o interior quanto com o litoral, permitindo uma ligação direta com a metrópole portuguesa. Do ponto de vista econômico, cada província durante o início do primeiro reinado especializou-se na produção de determinados produtos destinados à exportação, tornando-se mais orientadas para o comércio exterior do que para o Rio de Janeiro, onde residia o poder central. A comunicação entre o Maranhão e o Piauí era vital devido às dificuldades de navegação entre o norte e o sul do Brasil. O interior do Piauí e sua capital, Oeiras, desempenham papeis cruciais no estabelecimento de rotas comerciais que conectam o Maranhão ao restante do país. A pecuária era uma atividade econômica fundamental para o Piauí, que mantinha um forte vínculo com o Maranhão. Essa interdependência econômica tornava o Piauí uma área de disputa entre o Brasil e Portugal. Apesar das dificuldades de comunicação e transporte, o Piauí tinha potencial para se inserir no mercado externo. Esse potencial foi realizado anos mais tarde com a transferência da capital de Oeiras para Teresina, às margens do Rio Parnaíba, em 1852. Antes disso, em 1821, a condição econômica do Piauí era razoável, o que garantia sua ocupação portuguesa na região. A relação de dependência econômica entre senhores de terra e trabalhadores rurais, baseada no sistema de colonato, prevalecia no Piauí, uma vez que não havia grandes plantations na região. Esse sistema de exploração agrária estabelecia uma relação desigual de troca entre os proprietários de terra e os camponeses, perpetuando assim um ciclo de dependência injusta.

Manoel de Sousa Martins (1767-1859), filho de portugueses, primeiro ocupou o cargo de tesoureiro do erário público na cidade de Oeiras. Ao longo de sua vida, Manoel de Sousa Martins foi nomeado para vários postos militares, até ser reformado como brigadeiro em 1820, sem vencimentos. Em outubro de 1821, como vice-presidente da província, tornou-se parte do governo provisório até abril de 1822. Em janeiro de 1823, reassumiu a presidência temporária da província até dezembro de 1829, quando foi substituído pelo conselho do governo da província. Em fevereiro de 1829, voltou brevemente ao governo da província, sendo sucedido por João José Guimarães e Silva. Em 17 de fevereiro de 1831, após a morte de Guimarães, Sousa Martins reassumiu como vice-presidente, tornando-se presidente em 1833, permanecendo até dezembro de 1843. Recebeu várias honrarias ao longo de sua vida, incluindo a Ordem de Cristo, a Imperial Ordem do Cruzeiro, e foi elevado a Barão e depois a Visconde da Parnaíba. Manoel de Sousa Martins também ocupou vários cargos públicos antes e depois de sua presidência na província. Faleceu em 20 de fevereiro de 1859, na cidade de Oeiras, sendo sepultado na capela-mor da Igreja matriz da mesma cidade. Apesar de seu governo ter sido criticado, é reconhecido por sua inteligência e habilidade em conquistar influência na sociedade, além de ter deixado uma grande família na província.

Luiz José de Carvalho e Mello (1764-1826), Visconde de Cachoeira. Nasceu em Salvador, Formou-se em Coimbra. Antes da Independência ocupou várias funções jurídicas. Foi juiz de fora da Ponte de Lima em Portugal e desembargador da relação do Rio de Janeiro. Também atuou como deputado da Real Junta do Comércio, desembargador do Paço e deputado da Mesa da Consciência e Ordens em 1808. Disputou a constituinte em 1823 e fez parte do segundo Conselho de Estado, ocupando a pasta do Ministério dos Estrangeiros entre 1823 e 1825. Recebeu o título de Visconde da Cachoeira e foi um dos principais responsáveis pelos processos de reconhecimento da Independência do Brasil por nações estrangeiras como EUA e Portugal. Melo adotou como estratégia diplomática a união das antigas colônias americanas contra os interesses das antigas metrópoles. O reconhecimento de independência pelos EUA foi selado em 31/05/1824. Ainda durante a sua administração Portugal afirmou o termo de reconhecimento da Independência do Brasil em 29/08/1825. O Visconde de Cachoeira foi também responsável por elaborar o estatuto para o curso jurídico na corte e por redigir o projeto da Constituição Brasileira depois de D. Pedro I dissolveu a Assembleia Constituinte em 1823. Em 1826, foi nomeado senador pela província da Bahia, pouco antes de falecer.

Manoel de Souza Martins (1767-1856)

Ofício original enviado por Manoel de Souza Martins (1767-1856), Barão da Parnaíba, para Antônio Luiz Pereira da Cunha (1760-1837), Visconde de Inhambupe, com data de 27 de junho de 1826, acusando o recebimento de um Imperial Aviso que discorria sobre o processo de expulsão do território brasileiro, ordenado pelo Imperador do Brasil, de um indivíduo francês de nome “Chapino”.

A Província do Piauí está situada na região meio-norte do Brasil, desempenhando um papel estratégico durante o período colonial português, especialmente durante a crise separatista. Sua importância reside tanto em seu considerável rebanho quanto em sua conexão com o Maranhão. No contexto da propagação das ideias de independência em todo o território brasileiro, em 1821, a corte portuguesa exigiu que a colônia prestasse juramento à Constituição portuguesa, mantendo uma pressão constante por meio de cartas régias, que visavam restabelecer sua condição colonial. Desde 1820, houve concentração de armamento e tropas no Maranhão, que foram rapidamente deslocadas para o Piauí. Nesse período, o novo governador das Armas, João José da Cunha Fidié, um veterano das guerras napoleônicas, assumiu o cargo em Oeiras. As Cortes Portuguesas, ao perceberem a inevitabilidade da independência da antiga colônia, decidiram manter sob seu controle pelo menos o norte do país. Para esse fim, a presença de tropas no Piauí foi considerada crucial para garantir a região vizinha do Maranhão como parte do território português. Isso efetivamente criou uma segunda colônia portuguesa no norte do Brasil, distanciando essas regiões das demais capitanias do norte, e, consequentemente, do Rio de Janeiro. O Piauí, que alternava sua subordinação entre o Maranhão e o Brasil, possuía alguns dos rebanhos mais ricos de todo o império colonial português na América. Sua localização geográfica facilitava o intercâmbio comercial tanto com o interior quanto com o litoral, permitindo uma ligação direta com a metrópole portuguesa. Do ponto de vista econômico, cada província durante o início do primeiro reinado especializou-se na produção de determinados produtos destinados à exportação, tornando-se mais orientadas para o comércio exterior do que para o Rio de Janeiro, onde residia o poder central. A comunicação entre o Maranhão e o Piauí era vital devido às dificuldades de navegação entre o norte e o sul do Brasil. O interior do Piauí e sua capital, Oeiras, desempenham papeis cruciais no estabelecimento de rotas comerciais que conectam o Maranhão ao restante do país. A pecuária era uma atividade econômica fundamental para o Piauí, que mantinha um forte vínculo com o Maranhão. Essa interdependência econômica tornava o Piauí uma área de disputa entre o Brasil e Portugal. Apesar das dificuldades de comunicação e transporte, o Piauí tinha potencial para se inserir no mercado externo. Esse potencial foi realizado anos mais tarde com a transferência da capital de Oeiras para Teresina, às margens do Rio Parnaíba, em 1852. Antes disso, em 1821, a condição econômica do Piauí era razoável, o que garantia sua ocupação portuguesa na região. A relação de dependência econômica entre senhores de terra e trabalhadores rurais, baseada no sistema de colonato, prevalecia no Piauí, uma vez que não havia grandes plantations na região. Esse sistema de exploração agrária estabelecia uma relação desigual de troca entre os proprietários de terra e os camponeses, perpetuando assim um ciclo de dependência injusta.

Manoel de Sousa Martins (1767-1859), filho de portugueses, primeiro ocupou o cargo de tesoureiro do erário público na cidade de Oeiras. Ao longo de sua vida, Manoel de Sousa Martins foi nomeado para vários postos militares, até ser reformado como brigadeiro em 1820, sem vencimentos. Em outubro de 1821, como vice-presidente da província, tornou-se parte do governo provisório até abril de 1822. Em janeiro de 1823, reassumiu a presidência temporária da província até dezembro de 1829, quando foi substituído pelo conselho do governo da província. Em fevereiro de 1829, voltou brevemente ao governo da província, sendo sucedido por João José Guimarães e Silva. Em 17 de fevereiro de 1831, após a morte de Guimarães, Sousa Martins reassumiu como vice-presidente, tornando-se presidente em 1833, permanecendo até dezembro de 1843. Recebeu várias honrarias ao longo de sua vida, incluindo a Ordem de Cristo, a Imperial Ordem do Cruzeiro, e foi elevado a Barão e depois a Visconde da Parnaíba. Manoel de Sousa Martins também ocupou vários cargos públicos antes e depois de sua presidência na província. Faleceu em 20 de fevereiro de 1859, na cidade de Oeiras, sendo sepultado na capela-mor da Igreja matriz da mesma cidade. Apesar de seu governo ter sido criticado, é reconhecido por sua inteligência e habilidade em conquistar influência na sociedade, além de ter deixado uma grande família na província.

Antônio Luiz Pereira da Cunha (1760-1837), Visconde de Inhambupe de Cima (1825), Marquês de Inhambupe de Cima (1826, formado em direito e doutorado em filosofia e matemática pela Universidade de Coimbra. Exerceu sucessivamente os cargos de Juiz de Fora, ouvidor de Comarca, desembargador da Relação da Bahia, desembargador da Relação do Porto e desembargador da Casa de Suplicação de Lisboa; deputado da Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e navegação; fiscal das Mercês; intendente Geral de Polícia. Em 1826, aceitou a pasta dos Negócios Estrangeiros e por 24 horas respondeu também pela Fazenda. Assinou como ministro dos Negócios Estrangeiros, o Tratado de novembro de 1826, ajustado com o governo inglês, para a extinção do comércio de escravos. Chamado em 1831 pelo Imperador para organizar o Ministério dos Medalhões, coube-lhe a pasta do Império. Com a abdicação, foi exonerado, conservando-se Pereira da Cunha no cargo até a transmissão ao sucessor. Era presidente do Senado por ocasião do seu falecimento.

Manoel de Souza Martins (1767-1856)