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Ofício original enviado por José Paulino de Almeida Albuquerque (s.d.-1830) para João Carlos Augusto de Oyenhausen-Gravenburg (1776-1838), Marquês de Aracati, com data de 29 de março de 1829, discorrendo sobre o cumprimento de ordens acerca dos processos judiciais referentes a corsários argentinos que atacaram a escuna brasileira “Conceição”, propriedade de João Henriques de Oliveira.

José Paulino de Almeida Albuquerque (s.d.-1830) foi 69º Mandatário do Rio Grande do Norte. Nascido na freguesia do Santíssimo Sacramento da Vila do Recife, filho de Manuel Caetano de Almeida e Albuquerque e d. Ana Francisca Eufemia do Rosário, Almeida e Albuquerque teve uma carreira militar como oficial de artilharia. Além disso, foi membro da Sociedade dos Pedreiros-Livres, uma organização com raízes nas confrarias medievais, que se acredita ter contribuído para a formação da maçonaria. Sua participação nessa sociedade resultou em sua prisão pelo Intendente de Polícia da Corte, Paulo Fernandes Viana, sendo enviado para a Ilha das Cobras. Em 13 de setembro de 1826, Almeida e Albuquerque foi nomeado Presidente da Província do Rio Grande do Norte, sucedendo a Antônio da Rocha Bezerra. Assumiu o cargo em 21 de fevereiro do ano seguinte e governou até 10 de março de 1830. Durante seu mandato, foi estabelecida a Administração dos Correios do Rio Grande do Norte, em março de 1829. Além de suas responsabilidades como presidente da província, Almeida e Albuquerque também foi eleito deputado geral pela Província do Rio Grande do Norte para a legislatura 1830-1833. No entanto, apenas participou das sessões do primeiro ano, entre maio e setembro. Tragicamente, José Paulino de Almeida e Albuquerque encontrou a morte de forma violenta, assassinado em Recife, no final de 1830. Seu legado é lembrado não apenas por sua contribuição política, mas também por sua participação em organizações sociais e seu serviço à nação.

João Carlos Augusto de Oyenhausen-Gravenburg (1776-1838), Marquês de Aracati, nasceu em Lisboa em 1776 e faleceu em Moçambique em 28 de março de 1838. Exerceu o cargo de governador e, posteriormente, senador da capitania do Ceará, governador e capitão-general de São Paulo. O Marquês também foi nomeado governador de Moçambique por carta régia de 22 de dezembro de 1836, tomando posse no ano seguinte.

A Independência do Brasil marcou o surgimento do Império do Brasil como resultado de um processo político ocorrido entre as décadas de 1820 e 1840. Durante o período inicial do Império, conhecido como Primeiro Reinado, houve uma série de conflitos políticos entre os partidários do Imperador D. Pedro I e os chamados "liberais", presentes na Assembleia Constituinte de 1823 e na Câmara dos Deputados a partir de 1826. Parte da historiografia enfatiza as transições da Proclamação da Independência para a "verdadeira libertação nacional" em 1831, quando os princípios liberais teriam derrotado o Imperador e os "elementos nacionais" assumindo o poder político no Brasil. Todavia, esse período também foi crucial para a formulação e institucionalização dos principais mecanismos legais e políticos do Estado imperial, como a Constituição do Império do Brasil e o Supremo Tribunal de Justiça. Além disso, o período do Primeiro Reinado foi marcado pela consolidação de noções de liberdades políticas e civis, embora os direitos políticos fossem reservados a um grupo privilegiado. Houve também tensões entre os poderes políticos, recém-fundados após a independência, sobre a soberania e representação da nação. Já os primeiros anos do Segundo Reinado viram a emergência de figuras políticas que moldaram o Estado Imperial e experimentaram as tensões e impasses desse período. A noção de soberania também se estendia ao mercado e às relações internacionais, com conflitos entre projetos mais subordinados à Inglaterra e aqueles que buscavam maior autonomia. Em resumo, o período da Independência do Brasil foi marcado não apenas pela conquista da autonomia política, mas também pela consolidação de instituições e conceitos que moldaram a sociedade brasileira durante o Império.

O Rio Grande do Norte, desde as primeiras expedições exploratórias lideradas por Gaspar de Lemos em 1501 até os eventos mais recentes da República Velha, como a chegada de Lampião em 1927, testemunhou uma série de acontecimentos significativos que moldaram sua identidade e desenvolvimento. A presença portuguesa na região remonta aos primeiros anos após a grande invasão ao Brasil, com expedições que exploraram o litoral e estabeleceram postos de defesa contra piratas e invasores estrangeiros, como os franceses. A fundação de Natal em 1599 marcou um marco importante na ocupação portuguesa da região e representou um esforço para consolidar o controle sobre o território. Durante o período colonial, o Rio Grande do Norte enfrentou desafios significativos, incluindo invasões holandesas e conflitos territoriais com o Ceará. A luta contra o cangaço, simbolizada pela chegada de Lampião em 1927, reflete a resistência do povo potiguar contra a violência e o banditismo que assolaram a região. A transição para a República trouxe mudanças políticas e sociais ao estado, incluindo a ascensão de líderes como Pedro Velho e a luta pelo fim da escravidão. O sistema oligárquico que dominou a política estadual durante a República Velha também deixou sua marca no Rio Grande do Norte, moldando as relações de poder e influenciando o desenvolvimento econômico. No geral, a história do Rio Grande do Norte é uma narrativa de resiliência, resistência e transformação, que reflete as complexidades e contradições da experiência brasileira como um todo. Através de seus altos e baixos, o estado emergiu como uma parte vital e vibrante da nação brasileira, contribuindo para sua diversidade cultural, política e econômica.

José Paulino de Almeida Albuquerque (s.d.-1830)