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Relatório original, enviado por João Carlos Augusto de Oyenhausen-Gravenburg (1776-1838), Marquês de Aracati, a Luiz Moutinho Lima Alvares e Silva (1792-1863) e a Francisco Muniz Tavares (1793-1876), em 04 de março de 1829, informando acerca de uma rebelião ocorrida nos subúrbios da cidade de Recife contra a forma de governo provincial, relatando movimentos, ações e resultados destes atos.

João Carlos Augusto de Oyenhausen-Gravenburg (s.d.-1838), Marquês de Aracati, nasceu em Lisboa em 1776 e faleceu em Moçambique em 28 de março de 1838. Exerceu o cargo de governador e, posteriormente, senador da capitania do Ceará, governador e capitão-general de São Paulo. O Marquês também foi nomeado governador de Moçambique por carta régia de 22 de dezembro de 1836, tomando posse no ano seguinte.

Luiz Moutinho de Lima Álvares e Silva (1792-1863) ocupou o cargo de oficial da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e foi nomeado como encarregado de Negócios nos Estados Unidos, porém essa decisão logo foi revogada devido à necessidade da sua presença na Secretaria do Estado. Também teve um papel importante sendo responsável pela inspeção e revisão do Diário do Governo. Grande diplomata da época, era encarregado de Negócios junto aos Estados Papais e ao Grão-Ducado de Toscana, chefiou missões como a de Paris, Buenos Aires, Toscana, Vaticano, Parma e Sardenha.
Francisco Muniz Tavares (1793-1876) nasceu em Recife, Pernambuco, onde fez seus primeiros estudos em teologia na Congregação dos Padres da Madre de Deus, onde se tornou sacerdote, capelão, secretário, professor de latim e regente interino na Vila do Cabo. Em 1825 doutorou-se em Teologia pela Universidade de Paris e em 1846 foi nomeado Monsenhor da Capela Imperial. Com a Proclamação da Independência foi eleito deputado à Constituinte de 1823. Na Europa, foi nomeado secretário da legação brasileira em Roma, respondendo interinamente pelos interesses do governo junto à Santa Sé. De volta à província, exerceu a função de secretário do governo, deputado geral, deputado provincial e vice-presidente da província.

A Conspiração dos Suassunas foi um projeto de revolta ocorrido em Olinda, na Capitania de Pernambuco, em 1801. Os irmãos Francisco, Luiz e José de Hollanda Cavalcanti de Albuquerque, proprietários do engenho Suassuna, lideraram um motim secreto com o objetivo de conquistar a independência da capitania. Inspirados pelo Iluminismo e pelos ideais de igualdade da Revolução Francesa, o movimento refletiu a insatisfação local com as políticas coloniais portuguesas. Apesar de não ter sido bem-sucedido, serviu como precursor da Revolução Pernambucana de 1817. A conspiração foi descoberta após uma denúncia, levando à prisão de alguns envolvidos. Esse episódio, embora malogrado, é relevante na história das lutas emancipatórias no Brasil colonial. Tal contexto foi marcado pela instabilidade geopolítica, devido a invasão da Espanha a Portugal e as guerras napoleônicas na Europa, a conspiração refletiu a tensão local e a busca por autonomia em face das pressões externas. Apesar da repressão, o espírito de resistência persistiu em novas formas de organização política e intelectual no Nordeste brasileiro, preparando o terreno para movimentos posteriores de maior impacto, como a Revolução de 1817. Isto posto, a Conspiração dos Suassunas é estudada como um exemplo das tentativas locais de emancipação que antecederam a independência do Brasil em 1822, destacando-se pela sua influência nas ideias políticas da época e na mobilização dos grupos locais em prol da autonomia.

João Carlos Augusto de Oyenhausen-Gravenburg, Marquês de Aracaty (1776-1838)