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Cópia de ofício enviado por Pedro Affonso de Carvalho para Miguel Calmon du Pin e Almeida (1794-1865), Marquês de Abrantes, com data de 16 de novembro de 1830, descrevendo as atividades que exerceu e discorrendo sobre as forças do reino. Informa ordem dada ao vice-cônsul brasileiro de se observar a carta de saúde dos navios destinados ao Brasil em vista da cólera morbus que assolava a Rússia, e encaminha a lista de nomes de ministros que compunham o Ministério da França. Documento contém anexo.

O Cólera Morbos: O século XIX foi marcado por diferentes epidemias que assolaram a Europa, África, Ásia e América. No nosso contexto, a primeira grande onda epidêmica de cólera ocorreu em 1855, mas desde as primeiras décadas do século ela vinha sendo registrada em distintas partes do país. quando a doença desembarcou em solo brasileiro através dos portos, espalhando-se rapidamente devido à falta de infraestrutura sanitária adequada e a escassez de conhecimento médico sobre a doença contribuíram para sua propagação avassaladora. As cidades mais afetadas foram aquelas com maior concentração urbana, como Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Que sofriam com a falta de saneamento, com ruas insalubres, com água contaminada sendo consumida, má alimentação da população escravizada e operária pobre, e as más condições de habitação foram alguns pontos de discussão médica e política para tentar contornar as periódicas e epidemias.

Miguel Calmon du Pin e Almeida (1794-1865), nasceu na vila Nossa Senhora da Purificação, hoje cidade de Santo Amaro, na Bahia. Era filho de José Gabriel de Almeida Calmon e Maria Germana de Souza Magalhães. Formou-se em direito pela Universidade de Coimbra em 1821 e retornou ao Brasil no auge do processo de independência. Integrou o conselho do governo provisório da província, instalado em setembro de 1822, na vila de Cachoeira, que reuniu as forças contrárias ao governo do lusitano Inácio Luís Madeira de Melo, fiel a Portugal. Proclamada a independência, foi deputado geral pela Bahia à Assembleia Geral Constituinte, dissolvida por D. Pedro I em 12 de novembro de 1823. Convocada a Assembleia Geral Legislativa, foi eleito deputado geral por quatro legislaturas (1826-1829), (1830-1833), (1834-1837) e (1838-1841), e senador pela província do Ceará (1840-1865). Assumiu diversos cargos na administração imperial, foi ministro e secretário das secretarias de Estado dos Negócios da Fazenda (1827-1829, 1837-1839 e 1841-1843) e dos Estrangeiros (1829-1830 e 1862-1864), e conselheiro de Estado (1843). Foi ministro plenipotenciário na Europa, tendo chefiado a missão que tentou obter apoio para uma intervenção militar no Prata, contra o ditador argentino João Manuel de Rosas (1844-1846). Recebeu o título de Visconde (1841) e Marquês de Abrantes (1854). Foi ainda membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - IHGB em 1839, presidente da Imperial Academia de Música e Ópera Nacional (1857), presidente da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional (1857), provedor da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (1854), comissário do governo no Instituto dos Meninos Cegos e presidente da Comissão Promotora do Instituto dos Surdos-Mudos.

Pedro Affonso de Carvalho