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Cópia de ofício enviado pelo Monsenhor Francisco Corrêa Vidigal (s.d.-1838) para João Antônio Pereira da Cunha, com data de 03 de julho de 1827, informando ter recebido no mês anterior do Duque Torlonia os valores referentes aos seus vencimentos, os do secretário e demais despesas da Secretaria. Além dessa, comunica ter tomado do mesmo Duque a quantia necessária para os preparativos de embarque de dois padres capuchinhos para o Rio de Janeiro. Por fim, avisa a remessa das bulas dos bispos de São Paulo e do Maranhão.

Francisco Corrêa Vidigal (s.d-1838) nasceu na cidade do Rio de Janeiro, sendo filho legítimo do Dr. Bartholomeu Corrêa Vidigal. Formado em direito canônico pela Universidade de Coimbra. De Portugal mudou-se para Roma para apurar seus estudos, onde tomou ordens de presbítero. De volta ao Brasil, foi nomeado Vigário para Cuiabá, trabalhando na administração paroquial e adotou a profissão de advogado, ganhando notável reputação. D. Pedro o nomeou Conde da Catedral e o Bispo D. José Caetano o conferiu a vara de provisor do juízo eclesiástico na reitoria do Seminário de São José. Foi enviado extraordinário à corte papal, por nomeação de Dom Pedro, em 7 de agosto de 1824, com a missão de convencer a Santa Sé a reconhecer a Independência do Brasil e assinar uma Concordata estabelecendo as condições que deveriam reger as relações entre Igreja e Estado no Brasil. As negociações não avançaram entre o Brasil e a Santa Sé até que Portugal oficializasse o reconhecimento da Independência, em 29 de agosto de 1825, no pontificado de Leão XII. Monsenhor Vidigal foi recebido pelo papa como representante do Brasil em 23 de janeiro de 1826, quando foram concedidos os documentos pontificais que tratavam da relação entre Igreja e Estado no novo país. Em 1829, foi nomeado ministro do Império do Brasil junto à corte de Roma. Já com o título de Monsenhor nas eleições para a primeira legislatura, foi Corrêa Vidigal eleito primeiro deputado pela província do Rio de Janeiro.

João Antônio Pereira da Cunha (s.d. - s.d.). Diplomata brasileiro, nascido em Lisboa, serviu como encarregado de negócios e ministro residente em vários postos, notadamente na França em 1827, na Prússia em 1828-1830 e na Áustria em 1836. Em 1825, o tenente-coronel João Antônio Pereira da Cunha, comandante do 1º Batalhão de Caçadores da Corte, solicita a pensão de estudos ao Ministério dos Negócios da Guerra. Seu pedido é deferido e, assim, o coronel parte em viagem de estudos para estudar no Estado-Maior da França, exercendo simultaneamente funções diplomáticas.

Missão diplomática em Roma e missões de cunho religioso no Brasil Imperial. Após a Proclamação da
Independência em 1822 as estruturas elementares da Igreja Católica no Brasil -
adotadas e mantidas desde o período colonial através do sistema conhecido como
Padroado, enquanto partes da américa latina já tinham adotado o sistema de
Concordata - não foram alteradas, de modo que iniciou-se um período de
debates e negociações diplomáticas entre o governo imperial brasileiro e a
Santa Sé para o reconhecimento do Estado e a retomada das relações diplomáticas
com o governo pontífice. O reconhecimento da independência do Brasil por
Portugal ocorreu em 1825, em contrapartida a Santa Sé só veio legitimar o
Estado brasileiro em 1826 após longas missões diplomáticas em Roma.

Monsenhor Francisco Corrêa Vidigal (s.d.-1838)