Carta de 14 de dezembro de 1823
Informa o banimento de Martim Francisco Ribeiro de Andrada, de José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838) e do deputado Montezuma, defensor da independência da Bahia. Relata que neste momento os franceses eram mal vistos devido a um suposto suporte naval que a França teria acordado com Portugal.
Carta de 16 de dezembro de 1823
Declara que a facção demagógica conspira para o estabelecimento de uma ou várias repúblicas confederadas, sendo a Bahia e Pernambuco grandes centros dessas movimentações. Relata que os jornais afrontavam o Imperador e disseminavam ideais republicanos. Comunica a convocação, feita pelo governo, de uma assembleia geral das autoridades civis, militares e eclesiásticas para o dia 17 de dezembro de1823.
Carta 24 de dezembro de 1823
Relata que na assembleia do dia 17, citada na carta anterior, reuniu-se para nomear uma comissão de sete membros encarregados de fazer um relatório considerando a situação. Foi decidido na mesma ocasião que 147 pessoas, tanto portugueses quanto brasileiros, deixassem o Brasil.
José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), nasceu em Santos, São Paulo, e morreu em Niterói, Rio de Janeiro. Foi o segundo dos nove filhos do casal Bonifácio José de Andrada e Maria Bárbara da Silva. Com o auxílio de pais e tios, José Bonifácio concluiu em casa seus estudos primários, e aos quatorze anos seguiu para São Paulo, onde estudou com Frei Manuel da Ressurreição, com intenção de ordenar-se padre, mas acabou por seguir outros caminhos. Exerceu um papel de extrema importância para o processo de Independência do Brasil, sendo considerado até mesmo como o Patriarca da Independência. Articulou a permanência do Príncipe Regente D. Pedro I no Brasil e foi nomeado como ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros em janeiro de 1822.