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Minuta de despacho datada do dia 9 de dezembro de 1830 endereçada a José Agostinho Barbosa Junior. Informa que o ministro da Marinha deu as providências necessárias para evitar que mestres estrangeiros navegassem em navios brasileiros. Também faz menção a navios de guerra estacionados no Rio da Prata para a proteção dos cidadãos brasileiros.

As Relações diplomáticas entre Brasil e Argentina ao longo dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX foram marcadas por uma complexa interação de cooperação e conflito, refletindo as dinâmicas políticas e territoriais da época. No século XIX, após a independência de ambos os países, surgiram disputas territoriais que moldaram o cenário diplomático. A Guerra da Cisplatina (1825-1828), um dos conflitos mais significativos, ocorreu devido à invasão brasileira da Banda Oriental, que era parte das Províncias Unidas do Rio da Prata, na Argentina chamada de “Guerra del Brasil”. Esse conflito não apenas evidenciou as tensões territoriais, mas também resultou na criação de embaixadas e na formalização de relações diplomáticas, com a construção de um tratado, mediado pela Inglaterra, que garantia a liberdade do Uruguai e harmonizava as relações entre os países platinos e o Brasil.

Durante o século XIX, a diplomacia entre Brasil e Argentina passou por períodos de rivalidade e aliança. A assinatura do Tratado de Limites em 1857, mediado pelo Barão do Rio Branco, foi um marco importante que buscou resolver disputas territoriais remanescentes, estabelecendo uma fronteira clara entre os dois países. No entanto, as relações continuaram a ser influenciadas por desconfianças mútuas e rivalidades políticas, especialmente em relação à influência que cada nação exercia na região, mesmo após a Guerra do Paraguai (1864 - 1870) em que ambas as nações lutaram do mesmo lado da guerra. A busca por uma identidade nacional e a definição de fronteiras foram temas centrais nas interações diplomáticas, refletindo um contexto de competição por poder e influência na América do Sul.

Francisco Carneiro de Campos