Item documental Ofic_405-04-07_1830-11-08 - Cópia de ofício enviado por José Agostinho Barboza Junior, para Francisco Carneiro de Campos (1765-1842), ministro dos negócios estrangeiros do Rio de Janeiro, datado de 08 de novembro de 1830. Informa que a província de Buenos Aires havia iniciado o recrutamento de estrangeiros ao serviço cívico e militar, e comunica que da mesma maneira que americanos e franceses, os brasileiros não estavam se apresentando quando convocados; reporta a troca de correspondência oficial sobre o tema, e solicita instruções da Secretaria de Estado. Por fim, versa sobre a guerra civil argentina; tropas enviadas para as fronteiras para prevenir um ataque do general José María Paz (1791-1854); o retorno do general Tomás Guido (1788-1866) e notícias do Chile e do Peru.

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Código de referência

BR DFMRE RIO-AHI-SNEIB-FIM-LEG-RecLeg-Bue-Ofic_405-04-07_1830-11-08

Título

Cópia de ofício enviado por José Agostinho Barboza Junior, para Francisco Carneiro de Campos (1765-1842), ministro dos negócios estrangeiros do Rio de Janeiro, datado de 08 de novembro de 1830. Informa que a província de Buenos Aires havia iniciado o recrutamento de estrangeiros ao serviço cívico e militar, e comunica que da mesma maneira que americanos e franceses, os brasileiros não estavam se apresentando quando convocados; reporta a troca de correspondência oficial sobre o tema, e solicita instruções da Secretaria de Estado. Por fim, versa sobre a guerra civil argentina; tropas enviadas para as fronteiras para prevenir um ataque do general José María Paz (1791-1854); o retorno do general Tomás Guido (1788-1866) e notícias do Chile e do Peru.

Data(s)

  • 08/11/1830 (Produção)
  • Buenos Aires, Argentina (Produção)

Nível de descrição

Item documental

Dimensão e suporte

Textual, manuscrito, 01 página
39, 3 cm x 25 cm

Zona do contexto

Nome do produtor

História biográfica

História do arquivo

O Arquivo Histórico do Itamaraty – AHI – foi criado oficialmente por meio do Decreto-Lei nª 4.422 de 30 de junho de 1942, durante a gestão do Embaixador Oswaldo Aranha (1894-1960) a frente do Ministério das Relações Exteriores e durante a presidência Getúlio Vargas (1882-1954). Atualmente, o AHI é parte do Museu Histórico e Diplomático – MHD (Portaria Ministerial de 18/01/2019).
As origens do acervo se encontram nos documentos relacionados a Secretaria dos Negócios Estrangeiros e da Guerra do Reino de Portugal, criada em 1788 pelo Alvará Régio de 14 de outubro. Com a transferência da Corte Portuguesa para a América foi criado ainda em 1808 a Secretaria dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. Já em 1821, após o retorno da Corte Portuguesa para a Europa e durante o governo do príncipe Pedro de Alcântara como regente do Reino do Brasil foi criada a Secretaria dos Negócios do Reino e Estrangeiros em abril de 1821. Em 13 de novembro de 1823 a referida secretaria foi desmembrada em Secretaria dos Negócios do Império e Secretaria dos Negócios Estrangeiros. Tal subdivisão se mantém até o fim do período monárquico em 1889, onde é substituída pelo Ministério das Relações Exteriores. Com a mudança da capital do Brasil para Brasília-DF em 1960, o Ministério se transfere para a nova sede. Os documentos anteriores a 1959 permanecem na antiga sede no Rio de Janeiro e os gerados após essa data estão alocados na sede do Ministério no Distrito Federal.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Os acervos relativos as legações do Império do Brasil foram custodiados pela Secretaria dos Negócios Estrangeiros (1822-1889), e com a Proclamação da República em 1889 tornaram-se parte do acervo do Ministério das Relações Exteriores onde se encontra atualmente.

Zona do conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

Na década de 1820 a Argentina passava por um período de instabilidade política, principalmente com as disputas entre os partidos unitaristas e federalistas, e social na qual a unidade nacional ficou indiscutivelmente quebrada no momento em que parte das províncias argentinas, incluindo Buenos Aires, declararam autonomia. Em 1825 Rivadavia (1780 - 1827) tenta uma tentativa de unificação fracassada visto que a essa altura a Argentina usou boa parte de seu poder bélico em meio a guerra com o Brasil. Em meio aos conflitos externos, as guerras civis se tornaram ainda mais intensas e em 1829 Juan Manuel de Rosas (1793 - 1877), filiado ao Partido Federal, ascendeu como representante político no país.
Francisco Carneiro de Campos (1765-1842), político, ministro e secretário dos Negócios Estrangeiros, eleito deputado à constituinte em 1823, senador pela Bahia no período de 1826-1842 e um dos redatores do projeto da Constituição do Brasil em 1823.

Tomás Guido (1788 – 1866), era um general sanmartiniano, diplomata e político argentino. Atuou nas invasões inglesas e aderiu à Revolução de Maio de 1810. Brindou seu talento negociador durante os difíceis momentos da Independência. Sua célebre Memória, fruto de suas conversações com General San Martín, foram determinantes para que o Diretor Supremo Juan Martín de Pueyrredón lhe desse seu apoio à realização da campanha libertadora do Chile e Peru.
José María Paz y Haedo (1791 –1854), nascido em Córdoba, Argentina, filho de crioulos José Paz e María Tiburcia Haedo, Paz y Haedo estudou filosofia e teologia no Seminário de Loreto, internato, e depois na Universidade de Córdoba, recebendo seu bacharelado em artes com orientação em matemática, latim e direito. Após a Revolução de Maio, ele se juntou ao exército que lutaria contra as forças realistas e permitiria a independência da Argentina. Seu irmão, Julián Paz Haedo, nascido em 1793, também era oficial no exército revolucionário. José Paz foi enviado ao Alto Peru em 1811 e participou das vitórias de 1812 do Exército do Norte, sob o comando do General Manuel Belgrano. Como assistente do Barão von Holmberg (secretário de Belgrano), ele foi premiado com a insígnia "Defensores da Nação" e promovido a Capitão. Paz então participou, junto com seu irmão, das batalhas de Vilcapugio, Ayohuma, Puesto del Marquéz e em Venta y Média, onde seu braço foi ferido e incapacitado. Em 1814, o Diretor Supremo Juan Martín de Pueyrredón o colocou à frente dos batalhões "Dragões da Nação" e o nomeou Coronel. Em 1817, Belgrano foi enviado para lutar na guerra civil que opunha o centralismo de Buenos Aires. Paz foi enviado para lutar contra Estanislao López, chefe das forças Federais, e o derrotou em La Herradura, Córdoba. Em 8 de janeiro de 1820, o General Juan Bautista Bustos, seguido por Alejandro Heredia e pelo próprio Paz, com a esperança de se afastar dos conflitos internos, organizou uma revolta dentro das forças que estavam perto de Arequito, retornando a Buenos Aires para lutar contra as forças espanholas mais uma vez. Eles retornaram à Província de Córdoba, onde Bustos tentou assumir o controle da província, contra a vontade de Paz e outros que pretendiam chegar à fronteira norte ameaçada pelos espanhóis e outros realistas. Paz, já General, foi separado do exército e enviado a Santiago del Estero, onde passou dois anos afastado da política. Em 1823, ele foi para a Província de Catamarca para dar instruções a cerca de 200 soldados, a quem ele já havia liderado na batalha na Província de Salta, chamando-os de "Batalhão de Caçadores", e que liderou novamente durante a guerra contra o Brasil. A Guerra Cisplatina opôs os dois países pelo controle dos territórios na época chamados de Província Oriental (hoje Uruguai) e as Missões Orientais, ocupadas pelos brasileiros desde sua vitória na Batalha de Tacuarembó sobre José Gervasio Artigas em 1820. A guerra entre Argentina e Brasil começou em 1825 e foi concluída em 27 de agosto de 1828, com o Tratado de Montevidéu, pelo qual Brasil e Argentina reconheceram a independência do Uruguai. Na Batalha de Ituzaingó, e em inferioridade numérica, Paz ganhou terreno sobre as forças brasileiras e mais tarde obteve sua rendição. Por ordem do presidente Bernardino Rivadavia, ele foi nomeado Comandante Geral, o primeiro da escola militar na Argentina. Após o fim da guerra com o Brasil, Paz voltou a Buenos Aires, onde o General Juan Lavalle liderava a Revolução Dezembrista e ordenou que ele preparasse o exército para combater os muitos caudilhos que surgiam nas províncias. Assim, Paz apoiou os Unitários, lutando contra os Federais na guerra civil.

Avaliação, selecção e eliminação

A documentação do Arquivo Histórico do Itamaraty no Rio de Janeiro nunca foi objeto de Avaliação e Eliminação. Documentação de caráter permanente.

Ingressos adicionais

Sistema de arranjo

O Fundo Secretaria dos Negócios Estrangeiros do Império do Brasil (1822-1889), encontra-se organizado em dois grandes grupos (Atividade Meio e Atividade Fim). O primeiro está dividido em 04 séries (Organização e funcionamento, Pessoal, Contabilidade e Finanças, Material e Documentação) e a segunda em 07 séries (Legações do Império; Missões Especiais; Repartições Consulares; Atos, acordos e tratados internacionais; Comissões, congressos, eventos internacionais e afins; Limites e fronteiras e Relações com outros órgãos estatais, pessoas físicas e jurídicas).

Zona de condições de acesso e utilização

Condições de acesso

Sem restrições de acesso.
(Necessidade de agendamento prévio)

Condiçoes de reprodução

Os documentos textuais podem ser reproduzidos por via fotográfica, com uso de máquina fotográfica, telefone celular ou tablet, sem uso de iluminação extra. Para coleta de imagens com maior resolução e com a necessidade de iluminação especial se faz necessário a assinatura de instrumentos próprios.

Idioma do material

  • português

Script do material

Notas ao idioma e script

Características físicas e requisitos técnicos

Documento em suporte de papel

Instrumentos de descrição

Inventário do Arquivo Histórico do Itamaraty no Rio de Janeiro. Documentação entre 1822 a 1889. Disponível em: https://www.gov.br/funag/pt-br/chdd/arquivos-chdd/pesquisa/catalogoahi_1822_1889.pdf

Zona de documentação associada

Existência e localização de originais

Existência e localização de cópias

Unidades de descrição relacionadas

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Zona das notas

Nota

Documento em bom estado de conservação.

Identificador(es) alternativo(s)

Pontos de acesso

Pontos de acesso - Assuntos

Pontos de acesso - Locais

Pontos de acesso - Nomes

Pontos de acesso de género

Zona do controlo da descrição

Identificador da descrição

Identificador da instituição

Regras ou convenções utilizadas

Estatuto

Nível de detalhe

Datas de criação, revisão, eliminação

Janeiro de 2024 a janeiro de 2025

Línguas e escritas

Script(s)

Fontes

BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Relatório, 1831: Relatório da Repartição dos Negócios Estrangeiros apresentado à Assembleia Geral Legislativa na sessão ordinária de 1831. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1929.
CONDURU, Guilherme Frazão. O Museu Histórico e Diplomático do Itamaraty: história e revitalização. Brasília: FUNAG, 2013.
CUTOLO, Vicente, Nuevo diccionario biográfico argentino, 7º vol, Buenos Aires: Ed. Elche, 1968-1985.
DI TELLA, Torcuato S. História social da Argentina contemporânea. 2. ed. rev. Brasília: FUNAG, 2017. 424 p. Coleção Relações Internacionais. Disponível em: file:///C:/Users/User/Downloads/historia_social_da_argentina_contemporanea.pdf. Acesso em: 29 fev. 2024.
GABLER, Louise. A Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e a consolidação das relações exteriores no Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2013.
MELLO, J. A. Teixeira de. Ephemerides Nacionaes. Rio de Janeiro: Typographia da Gazeta de Notícias, 1881, p. 41. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=j-g4AQAAMAAJ&newbks=0&printsec=frontcover&dq=%22Francisco+Carneiro+de+Campos%22&hl=pt-BR&redir_esc=y#v=onepage&q=Francisco%20Carneiro%20&f=false. Acesso em: 04 mar. 2024
TRIBUNA NACIONAL (EUA). El Brigadair Geral Don Tomas Guido (1906). Montana: Kessinger Publishing, 2010.

Nota do arquivista

Equipe da prestadora de serviço Tempo Real Produções ao Arquivo Histórico do Itamaraty: Jefferson do Nascimento Albino (Coordenador Geral). Zoray Maria Telles (Restauradora). Lúcia Helena Gomes Antônio (Auxiliar de Restauração). Mayra Mendes Trocado (Coordenadora de Descrição/Vice-coordenadora Geral). Camila Oliveira da Silva (Descritora). Verônica dos Santos Silva (Descritora). Gabriel Michylles dos Santos (Descritor). Juliana Batista (Descritora). Kênia da Silva Vieira (Coordenadora de Revisão). Éden Pimentel Coutinho (Revisor). Renan Cesar Rodrigues Ambrosio (Fotógrafo/Digitalizador). Renata Costa Pinto (Editora). Fátima Cristina Gonçalves (Pesquisadora). Patrick Diego Sousa e Silva (Paleografia). Elem Suzane Brito de Assis (Tradução francês). Cristiane Patrocínio Franceschi (Tradução inglês).
Agradecimento especial ao Prof. João Daniel Almeida.

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