Item Ofic_309-4-1_1830-04-29 - Ofício original enviado por João José de Guimarães e Silva (s.d.-1831) para Miguel Calmon du Pin e Almeida (1794-1865), com data de 29 de abril de 1830, acusando o recebimento de dois avisos determinados pelo Imperador do Brasil discorrendo sobre um roubo que ocorreu com a Princesa de Orange em Bruxelas e a relação das joias para o conhecimento de toda a população da província do Piauí auxilie no processo.

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BR DFMRE RIO-AHI-SNEIB-FIM-ROPFJ-Prov-Pia-Ofic_309-4-1_1830-04-29

Title

Ofício original enviado por João José de Guimarães e Silva (s.d.-1831) para Miguel Calmon du Pin e Almeida (1794-1865), com data de 29 de abril de 1830, acusando o recebimento de dois avisos determinados pelo Imperador do Brasil discorrendo sobre um roubo que ocorreu com a Princesa de Orange em Bruxelas e a relação das joias para o conhecimento de toda a população da província do Piauí auxilie no processo.

Date(s)

  • 29/04/1830 (Creation)
  • Oeiras, Brasil. (Creation)

Level of description

Item

Extent and medium

Textual, manuscrito, 02 páginas.
30,2 cm x 21 cm

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Name of creator

Archival history

O Arquivo Histórico do Itamaraty – AHI – foi criado oficialmente por meio do Decreto-Lei nª 4.422 de 30 de junho de 1942, durante a gestão do Embaixador Oswaldo Aranha (1894-1960) a frente do Ministério das Relações Exteriores e durante a presidência Getúlio Vargas (1882-1954). Atualmente, o AHI é parte do Museu Histórico e Diplomático – MHD (Portaria Ministerial de 18/01/2019).
As origens do acervo se encontram nos documentos relacionados a Secretaria dos Negócios Estrangeiros e da Guerra do Reino de Portugal, criada em 1788 pelo Alvará Régio de 14 de outubro. Com a transferência da Corte Portuguesa para a América foi criado ainda em 1808 a Secretaria dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. Já em 1821, após o retorno da Corte Portuguesa para a Europa e durante o governo do príncipe Pedro de Alcântara como regente do Reino do Brasil foi criada a Secretaria dos Negócios do Reino e Estrangeiros em abril de 1821. Em 13 de novembro de 1823 a referida secretaria foi desmembrada em Secretaria dos Negócios do Império e Secretaria dos Negócios Estrangeiros. Tal subdivisão se mantém até o fim do período monárquico em 1889, onde é substituída pelo Ministério das Relações Exteriores. Com a mudança da capital do Brasil para Brasília-DF em 1960, o Ministério se transfere para a nova sede. Os documentos anteriores a 1959 permanecem na antiga sede no Rio de Janeiro e os gerados após essa data estão alocados na sede do Ministério no Distrito Federal.

Immediate source of acquisition or transfer

Os acervos relativos as legações do Império do Brasil foram custodiados pela Secretaria dos Negócios Estrangeiros (1822-1889), e com a Proclamação da República em 1889 tornaram-se parte do acervo do Ministério das Relações Exteriores onde se encontra atualmente.

Content and structure area

Scope and content

A Província do Piauí está situada na região meio-norte do Brasil, desempenhando um papel estratégico durante o período colonial português, especialmente durante a crise separatista. Sua importância reside tanto em seu considerável rebanho quanto em sua conexão com o Maranhão. No contexto da propagação das ideias de independência em todo o território brasileiro, em 1821, a corte portuguesa exigiu que a colônia prestasse juramento à Constituição portuguesa, mantendo uma pressão constante por meio de cartas régias, que visavam restabelecer sua condição colonial. Desde 1820, houve concentração de armamento e tropas no Maranhão, que foram rapidamente deslocadas para o Piauí. Nesse período, o novo governador das Armas, João José da Cunha Fidié, um veterano das guerras napoleônicas, assumiu o cargo em Oeiras. As Cortes Portuguesas, ao perceberem a inevitabilidade da independência da antiga colônia, decidiram manter sob seu controle pelo menos o norte do país. Para esse fim, a presença de tropas no Piauí foi considerada crucial para garantir a região vizinha do Maranhão como parte do território português. Isso efetivamente criou uma segunda colônia portuguesa no norte do Brasil, distanciando essas regiões das demais capitanias do norte, e, consequentemente, do Rio de Janeiro. O Piauí, que alternava sua subordinação entre o Maranhão e o Brasil, possuía alguns dos rebanhos mais ricos de todo o império colonial português na América. Sua localização geográfica facilitava o intercâmbio comercial tanto com o interior quanto com o litoral, permitindo uma ligação direta com a metrópole portuguesa. Do ponto de vista econômico, cada província durante o início do primeiro reinado especializou-se na produção de determinados produtos destinados à exportação, tornando-se mais orientadas para o comércio exterior do que para o Rio de Janeiro, onde residia o poder central. A comunicação entre o Maranhão e o Piauí era vital devido às dificuldades de navegação entre o norte e o sul do Brasil. O interior do Piauí e sua capital, Oeiras, desempenham papeis cruciais no estabelecimento de rotas comerciais que conectam o Maranhão ao restante do país. A pecuária era uma atividade econômica fundamental para o Piauí, que mantinha um forte vínculo com o Maranhão. Essa interdependência econômica tornava o Piauí uma área de disputa entre o Brasil e Portugal. Apesar das dificuldades de comunicação e transporte, o Piauí tinha potencial para se inserir no mercado externo. Esse potencial foi realizado anos mais tarde com a transferência da capital de Oeiras para Teresina, às margens do Rio Parnaíba, em 1852. Antes disso, em 1821, a condição econômica do Piauí era razoável, o que garantia sua ocupação portuguesa na região. A relação de dependência econômica entre senhores de terra e trabalhadores rurais, baseada no sistema de colonato, prevalecia no Piauí, uma vez que não havia grandes plantations na região. Esse sistema de exploração agrária estabelecia uma relação desigual de troca entre os proprietários de terra e os camponeses, perpetuando assim um ciclo de dependência injusta.

Miguel Calmon du Pin e Almeida (1794-1865), nasceu na vila Nossa Senhora da Purificação, hoje cidade de Santo Amaro, na Bahia. Era filho de José Gabriel de Almeida Calmon e Maria Germana de Souza Magalhães. Formou-se em direito pela Universidade de Coimbra em 1821 e retornou ao Brasil no auge do processo de independência. Integrou o conselho do governo provisório da província, instalado em setembro de 1822, na vila de Cachoeira, que reuniu as forças contrárias ao governo do lusitano Inácio Luís Madeira de Melo, fiel a Portugal. Proclamada a independência, foi deputado geral pela Bahia à Assembleia Geral Constituinte, dissolvida por d. Pedro I em 12 de novembro de 1823. Convocada a Assembleia Geral Legislativa, foi eleito deputado geral por quatro legislaturas (1826-1829), (1830-1833), (1834-1837) e (1838-1841), e senador pela província do Ceará (1840-1865). Assumiu diversos cargos na administração imperial, foi ministro e secretário das secretarias de Estado dos Negócios da Fazenda (1827-1829, 1837-1839 e 1841-1843) e dos Estrangeiros (1829-1830 e 1862-1864), e conselheiro de Estado (1843). Foi ministro plenipotenciário na Europa, tendo chefiado a missão que tentou obter apoio para uma intervenção militar no Prata, contra o ditador argentino João Manuel de Rosas (1844-1846). Recebeu o título de Visconde (1841) e Marquês de Abrantes (1854). Foi ainda membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - IHGB em 1839, presidente da Imperial Academia de Música e Ópera Nacional (1857), presidente da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional (1857), provedor da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (1854), comissário do governo no Instituto dos Meninos Cegos e presidente da Comissão Promotora do Instituto dos Surdos-Mudos.

Appraisal, destruction and scheduling

A documentação do Arquivo Histórico do Itamaraty no Rio de Janeiro nunca foi objeto de Avaliação e Eliminação. Documentação de caráter permanente.

Accruals

System of arrangement

O Fundo Secretaria dos Negócios Estrangeiros do Império do Brasil (1822-1889), encontra-se organizado em dois grandes grupos (Atividade Meio e Atividade Fim). O primeiro está dividido em 04 séries (Organização e funcionamento, Pessoal, Contabilidade e Finanças, Material e Documentação) e a segunda em 07 séries (Legações do Império; Missões Especiais; Repartições Consulares; Atos, acordos e tratados internacionais; Comissões, congressos, eventos internacionais e afins; Limites e fronteiras e Relações com outros órgãos estatais, pessoas físicas e jurídicas).

Conditions of access and use area

Conditions governing access

Sem restrições de acesso.
(Necessidade de agendamento prévio)

Conditions governing reproduction

Os documentos textuais podem ser reproduzidos por via fotográfica, com uso de máquina fotográfica, telefone celular ou tablet, sem uso de iluminação extra. Para coleta de imagens com maior resolução e com a necessidade de iluminação especial se faz necessário a assinatura de instrumentos próprios.

Language of material

  • Portuguese

Script of material

Language and script notes

Physical characteristics and technical requirements

Documento em suporte de papel.

Finding aids

Inventário do Arquivo Histórico do Itamaraty no Rio de Janeiro. Documentação entre 1822 a 1889. Disponível em: https://www.gov.br/funag/pt-br/chdd/arquivos-chdd/pesquisa/catalogoahi_1822_1889.pdf

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Existence and location of originals

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Note

Documento em bom estado de conservação.

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Status

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Dates of creation revision deletion

Janeiro de 2024 a janeiro de 2025

Language(s)

Script(s)

Sources

ARAÚJO, Johny Santana de. O Piauí e a construção da unidade territorial do Império pós-Independência, 1823-1824. In: LIMA, Nilsângela. Páginas da História do Piaui: Colonial e Provincial. Teresina: Edufpi, 2020, p. 69-77.

ARQUIVO NACIONAL. Miguel Calmon du Pin e Almeida, marquês de Abrantes. Rio de Janeiro, RJ: Memória Da Administração Pública Brasileira. 06 fev. de 2024.

CONDURU, Guilherme Frazão. O Museu Histórico e Diplomático do Itamaraty: história e revitalização. Brasília: FUNAG, 2013.

GABLER, Louise. A Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e a consolidação das relações exteriores no Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2013.

Archivist's note

Equipe da prestadora de serviço Tempo Real Produções ao Arquivo Histórico do Itamaraty: Jefferson do Nascimento Albino (Coordenador Geral). Zoray Maria Telles (Restauradora). Lúcia Helena Gomes Antônio (Auxiliar de Restauração). Mayra Mendes Trocado (Coordenadora de Descrição/Vice-coordenadora Geral). Camila Oliveira da Silva (Descritora). Verônica dos Santos Silva (Descritora). Gabriel Michylles dos Santos (Descritor). Juliana Batista (Descritora). Kênia da Silva Vieira (Coordenadora de Revisão). Éden Pimentel Coutinho (Revisor). Renan Cesar Rodrigues Ambrosio (Fotógrafo/Digitalizador). Renata Costa Pinto (Editora). Fátima Cristina Gonçalves (Pesquisadora). Patrick Diego Sousa e Silva (Paleografia). Elem Suzane Brito de Assis (Tradução francês). Cristiane Patrocínio Franceschi (Tradução inglês).
Agradecimento especial ao Prof. João Daniel Almeida.

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